Às 6h02 desta quinta-feira (20/3), começa o outono no Brasil. A estação transitória entre o verão e o inverno deve promover uma virada no clima do país, com a redução gradual das chuvas e do calor.
“Por ser uma estação de transição, o outono ainda mantêm as características da estação anterior (verão), e a partir de maio já começa a adquirir as características da próxima estação (inverno). Ou seja, em março e abril ainda são esperadas chuvas significativas, e elas vão diminuindo, principalmente na parte central do país”, afirma a meteorologista Andrea Ramos.
A redução nas chuvas no centro do país será uma consequência da diminuição da umidade vinda da Amazônia. As precipitações da região Centro-Oeste costumam ter como ingredientes principais a umidade vinda do norte do Brasil, Zona de Convergência Intertropical (Zcit) e frentes frias que avançam do sul do país.
O último verão foi marcado por chuvas próximas à média histórica, e ondas de calor que se repetiram. Cidades de diferentes regiões experimentaram temporais que causaram transtornos, como falta de energia elétrica, quedas de árvores e estragos. Foram muitos os alertas de tempestades emitidos pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
Um dos motivos da redução no calor será o menor tempo de exposição do sol. “As noites ficam mais longas, pois a radiação solar diminui e os dias ficam mais curtos. Há redução gradual das temperaturas, tornando-se amenas, e redução da umidade, tornando o clima mais seco. Ventos começam a soprar com mais força, especialmente nas regiões costeiras”, acrescenta Ramos.
Conforme a meteorologista, as chuvas ainda vão persistir até maio na região Norte. Depois, sob influência da Zcit, as precipitações devem perder força.
“Ainda é época de muitas chuvas, principalmente na parte norte da região, que envolve Amapá e Para. A Zcit se mantêm mais ao sul de sua posição climatológica, influenciando, ainda, o norte da região Nordeste, que vai do Maranhão até o Rio Grande do Norte”, explica a meteorologista.
Temperaturas amenas e ciclones
As temperaturas devem ter influência de massas de ar frio, que poderão avançar ocasionalmente do Sul e seguir para o Sudeste e Centro-Oeste.
Outros fenômenos também poderão ocorrer, o que deve colocar os estados em atenção. “Os ciclones começam a atuar com mais frequência no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, provocando ventos intensos, mar agitado com ressaca e perigo para a navegação”, diz Ramos.
O fim de abril e o início de maio foi o período que levou mais transtornos durante as enchentes no Rio Grande do Sul, por exemplo.
O último boletim da Defesa Civil gaúcha sobre as enchentes, datado de 20 de agosto de 2024, aponta que foram afetados 478 municípios, 183 pessoas morreram e o número de desaparecidos chegou a 27.
