O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disse nesta quarta-feira (25/3) que o Supremo Tribunal Federal (STF) jogou uma “casca de banana” no partido, ao oferecer que a legenda cobrisse o julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A Corte ofereceu ao PL assentos no plenário da Primeira Turma do STF, mas não direito a uma transmissão exclusiva.
Sóstenes afirmou que, na segunda (24/3), um assessor do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, ligou para ele e propôs que o partido fizesse a cobertura do julgamento. Ele também disse que a mesma oferta foi feita ao PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Porém, foi a sigla de Lula que pediu o credenciamento para acompanhar a sessão.
“Eu virei para ele [o assessor] e falei: ‘Olha só, a gente agradece. Eu acho até, primeiro, que nós não pedimos; segundo, causa estranheza o ministro presidente do STF oferecer isso a um partido’. Mas eu já tinha lido na imprensa que foi oferecido ao PT, e o PT estaria transmitindo lá de dentro oficialmente. Então, quiseram se limpar, botando uma casca de banana para a gente. Nós não transmitimos, não temos nada com isso”, declarou Sóstenes na reunião da bancada do PL nesta terça.
O Metrópoles procurou o STF, e a Corte esclareceu que essa transmissão não foi oferecida a nenhum partido. Todas as emissoras de televisão, jornais, portais on-line e partidos políticos podem retransmitir o sinal da TV Justiça, a única que está fazendo a gravação do julgamento.
Como ocorre o julgamento na Primeira Turma
O julgamento acerca do recebimento da denúncia começou com a leitura do relatório pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes. Em seguida, houve sustentação oral do procurador-geral da República, Paulo Gonet, com duração de 30 minutos.
As defesas dos oito réus iniciaram a sustentação oral por volta das 10h40, com 15 minutos para cada advogado. Todo esse processo inicial tem duração de duas horas. Concluída a primeira fase, o relator expõe seu voto favorável ou contra a denúncia da PGR. Esse passo a passo deve ocorrer no primeiro dia de julgamento, nas duas sessões agendadas, com previsão de começar às 9h30 e terminar por volta das 18h, com um intervalo entre as sessões.
Nesta quarta-feira (26/3), na terceira sessão agendada, os outros quatro ministros da Turma devem votar na ordem do mais novo para o mais velho e , por último, o presidente: Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Caso os ministros votem a favor do recebimento da denúncia, os oito denunciados se tornarão réus.