Uma ala expressiva do União Brasil deu início a uma “Operação Abafa”, pressionando o líder do partido na Câmara dos Deputados, Pedro Lucas (MA), a não assumir o Ministério das Comunicações. O parlamentar foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após a demissão do então ministro Juscelino Filho, outro representante da sigla, denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por suposto desvio de emendas.
A bancada do União Brasil está reunida na tarde desta terça-feira (22/4), sem a presença de Pedro Lucas. O líder do partido na Câmara, segundo interlocutores, deve se reunir com o presidente da legenda, Antônio Rueda, e com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (AP), outro cacique da sigla do Centrão.
Há dois grupos entre os que defendem que Pedro Lucas não assuma o ministério. O primeiro é formado, basicamente, por nomes de oposição, que defendem o rompimento do União Brasil com o governo Lula. O segundo é integrado por nomes mais ligados ao Centrão, que temem que a indicação do deputado abra uma nova corrida pela liderança da legenda.
Quando foi indicado e teve o nome aceito pelo presidente Lula, em 9 de abril, o parlamentar pediu um tempo. “Agradeço a confiança em meu nome e ressalto que, conforme alinhado com o próprio presidente, qualquer definição será construída coletivamente, em diálogo com a bancada do União Brasil na Câmara dos Deputados, da qual tenho a honra de ser o líder”, alegou, na ocasião.