Goiânia – O fisiculturista Marcos Antônio Moraes Paz, 32 anos, que morreu no sábado (15/3) em razão do uso de anabolizantes, foi alertado pela esposa para que cuidasse da saúde. Prints mostram que Aparecida Paloma avisou o marido: “Sua saúde não está nada bem”.
O fisiculturista, também conhecido como DJ Macaully, se preparava para uma competição e morreu após passar mal e ter uma crise convulsiva. Segundo a família, ele usava anabolizantes com a orientação de um nutricionista. A Polícia Civil investiga o caso.
Por meio de mensagens no celular, a esposa fez diversos alertar ao marido. “Sua respiração não está legal, seu sono não está bom e seus rins não estão aguentando a pressão. Vá ao médico. Não estou pedindo para não competir, só cuidar antes que piore”, escreveu a mulher, pedindo para ele ir ao médico, alguns dias dele morrer.
O marido respondeu que estava ciente de tudo e que estava informando a situação para o nutricionista. “Esse é o preço para subir em um campeonato”, argumentou. Aparecida respondeu, alertando que o nutricionista entende “até onde a formação dele permite”.
Morte sob investigação
A Polícia Civil de Goiás (PCGO) investiga a morte. Na casa dele, a família encontrou caixas de remédio e uma lista com as medicações que Marcos deveria tomar. Entre elas estão a trembolona e o clenbuterol, específicos para uso veterinário.
Nas redes sociais, Marcos compartilhava fotos na academia, da dieta restritiva e dos preparativos para participar de um campeonato de fisiculturismo. Ele deixa a esposa, um filho e uma enteada.
A PCGO aguarda o resultado do laudo de exame cadavérico para confirmar a causa da morte.
Sem habilitação
O nutricionista Bruno Correa Lima, suspeito de ter receitado medicamentos ao fisiculturista Marcos Antônio, não estava habilitado para exercer a profissão.
Nas redes sociais, ele se apresenta como especialista em nutrição esportiva. No entanto, de acordo com o Conselho Regional de Nutrição de Goiás (CRN-9), ele não está habilitado para o exercício profissional.
O cadastro de Bruno está inativo desde 13 de março de 2024, quando a inscrição provisória venceu. O caso está sendo investigado pela Polícia Civil, que instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte do atleta.
A defesa de Bruno Correa Lima divulgou nota informando que o profissional está à disposição das autoridades e aguarda a conclusão das investigações.
O CRN-9 reforçou que a atuação de um nutricionista com registro inativo configura exercício ilegal da profissão, passível de penalidades administrativas e criminais.
A Goiás Físico Turismo e Fitness, organizadora do campeonato em que Marcos se inscreveu, emitiu uma nota de pesar e informou que aguarda o resultado das investigações. A entidade destacou a importância de os atletas buscarem acompanhamento profissional qualificado e seguir protocolos de segurança.