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China exige que Trump pare com “chantagem” em guerra comercial

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A China pediu nesta quarta-feira (16/4) para que os Estados Unidos “parem de ameaçar e chantagear”, depois que a Casa Branca passou a Pequim a responsabilidade de iniciar uma negociação, a fim de desacelerar a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Em visita de Estado à Malásia, o presidente chinês, Xi Jinping, manifestou apoio ao sistema internacional centrado nas Nações Unidas (ONU), ao comércio internacional e ao Estado de Direito.

Em seu giro pelo sudeste asiático, Xi Jinping foi recebido, nesta quarta-feira, com tapete vermelho pelo rei malaio Sultan Ibrahim, no Palácio Istana, em Kuala Lumpur. No ano passado, os dois países celebraram meio século de relações diplomáticas e mantêm um vínculo econômico estreito, apesar de disputas territoriais no Mar do Sul da China.

Segundo o primeiro-ministro malaio, Anwar Ibrahim, Pequim e Kuala Lumpur previram a assinatura de uma série de acordos bilaterais. Diante da ofensiva global americana, o líder chinês apresenta o seu país como um parceiro mais confiável para os negócios.

A visita pretende “realinhar o centro de gravidade regional na direção de Pequim”, explica Khoo Ying Hooi, professora de Estudos Internacionais na University of Malaya. “Regionalmente, Xi quer apresentar a China como um parceiro na estabilidade e no desenvolvimento, não como uma potência hegemônica”, analisa Khoo.

O sudeste asiático foi uma das regiões mais afetadas pelas tarifas “recíprocas” anunciadas por Trump, suspensas por 90 dias para possibilitar negociações com dezenas de países.

“Devemos defender o sistema comercial multilateral, garantir a estabilidade das cadeias industriais e fornecimento global e manter um ambiente de abertura e cooperação internacional”, disse Xi Jinping na Malásia, terceira maior economia da região e que teve seus produtos taxados em 24% pelos EUA.

Para os produtos chineses, a Casa Branca impôs tarifas de 145%. Pequim respondeu com tarifas de 125% às importações dos Estados Unidos e advertiu, na quarta-feira, que “não tem medo de lutar” na guerra comercial com os EUA.

“Se os Estados Unidos realmente querem resolver o assunto por meio do diálogo e da negociação, devem parar de exercer pressão extrema, parar de ameaçar e chantagear, e conversar com a China com base na igualdade, respeito e benefício mútuo”, reiterou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian. “Não há vencedores em uma guerra tarifária ou em uma guerra comercial. A China não deseja lutar, mas não tem medo de lutar”, acrescentou, em entrevista coletiva.

Na sexta-feira (11/4), Donald Trump anunciou uma isenção das tarifas para computadores, smartphones e semicondutores, dos quais a China é grande produtora.

Queda de braço

“A bola está com a China” caso queira encerrar a guerra comercial, declarou, na terça-feira (15), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt. “O presidente afirmou, novamente, que está aberto a um acordo com a China. Mas é a China que precisa de um acordo com os Estados Unidos e não o contrário”, insistiu ela.

O porta-voz diplomático de Pequim respondeu que “a guerra tarifária foi iniciada pelos Estados Unidos”. “As contramedidas da China, necessárias, buscam proteger seus direitos e interesses legítimos, assim como a igualdade e a justiça internacional. São totalmente razoáveis e legais”, declarou.

Além do aumento expressivo das tarifas de importação, Pequim adotou outras medidas de retaliação contra produtos americanos, como a suspensão da recepção de aviões da Boeing. O setor agrícola também está no radar das autoridades chinesas, uma vez que Pequim decidiu não renovar licenças da maioria dos exportadores de carne bovina dos EUA, desde meados de março.

Negociações caso a caso

Idealizada com o objetivo de levar a produção industrial de volta para os Estados Unidos, a política tarifária de Donald Trump afetou alguns dos principais parceiros de Washington, como Japão, Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá.

A estratégia, no entanto, foi menos radical com os demais países asiáticos do que com a China. Eles receberam uma trégua de 90 dias para negociar, antes da aplicação da última rodada de tarifas “recíprocas”.

Nesta quarta-feira, um representante do governo japonês, Ryosei Akazawa, se reunirá em Washington com o secretário do Tesouro, Scott Bessent, com a esperança de conseguir um acordo em que “todos saiam vencedores”.

Horas antes do encontro, a montadora japonesa Honda anunciou que vai transferir a fabricação de seus modelos híbridos Civic para os Estados Unidos, embora isso represente uma pequena fração de sua produção global.

Além de uma tarifa universal de 10% para todos os países, Trump ainda decretou tarifas setoriais sobre o aço e o alumínio, além de automóveis e autopeças.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou em entrevista ao jornal alemão Die Zeit que o bloco está “em uma posição de força” diante de futuras negociações. “Nós, europeus, sabemos exatamente o que queremos e quais são os nossos objetivos”, afirmou.

Leia mais reportagens no RFI, parceiro do Metrópoles.

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Takamoto
Takamoto
Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.
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