Desembargador alvo de hacker questiona: por que só miram em quem decide contra acusados?
Abel Gomes, desembargador do TRF-2, indagou hoje por que hackers têm mirado apenas autoridades que deram decisões desfavoráveis aos investigados na Lava Jato.
Gomes, o relator da operação no tribunal, foi um dos alvos do ataque de hackers pelo Telegram.
Gilmar Mendes: “O Dallagnol é um bobinho. Quem operava a Lava Jato era o Moro”
Gilmar Mendes atacou mais uma vez a Lava Jato.
“O chefe da Lava Jato não era ninguém mais, ninguém menos do que Moro. O Dallagnol, está provado, é um bobinho. É um bobinho. Quem operava a Lava Jato era o Moro.”
Ele já decidiu também que Lula tem de ser tirado da cadeia e inocentado:
“Eu acho, por exemplo, que, na condenação do Lula, eles anularam a condenação.”
Decano sim ou decano não?
A colunista social da Folha de S. Paulo diz que Celso de Mello tende a inocentar Lula e condenar Sergio Moro:
“Conhecidos deste afirmam que a revelação das conversas de Moro lhe causou profunda impressão e que ele tenderia a alinhar-se com os garantistas.”
Primeiro soltar Lula, depois derrubar a prisão em 2ª instância
Apesar da crescente pressão para remarcar o julgamento contra a prisão após condenação em segunda instância, o Supremo deve aguardar o fim da tramitação do recurso de Lula contra a condenação no triplex no Superior Tribunal de Justiça.
Apesar de o STJ já ter confirmado a condenação – com pena menor – ainda estão pendentes de julgamento embargos de declaração, recurso de menor alcance, mas que pode antecipar a saída do ex-presidente da cadeia, com progressão para regime aberto ou semiaberto.
O objetivo, como sempre, é dissociar a provável decisão pelo fim da prisão em segunda instância no STF da soltura de Lula, que ficaria a cargo do STJ, por outro motivo.
Há a possibilidade de o próprio STF soltar Lula no próximo dia 25, quando a Segunda Turma julga um habeas corpus que aponta parcialidade de Sergio Moro. Mas uma decisão favorável, neste processo, ainda é considerada incerta.
Gleisi: “Não só o Lula, mas outras pessoas também podem ser soltas”
Gleisi Hoffmann quer soltar todos os corruptos presos pela Lava Jato e enterrar os delatores.
“Não só o Lula, mas outras pessoas também podem ser soltas, porque toda a Lava Jato foi contaminada por esses métodos utilizados por eles. A questão das delações premiadas pode mudar também”.
Zero indício de proximidade indevida
O que mais impressiona nos diálogos completos vazados pelo Intercept é uma certa frieza cerimoniosa no trato entre Deltan Dallagnol e Sergio Moro. Em tudo oposta à tese de que os dois constituíam uma equipe.
Moro dá as orientações que tem de dar em benefício da instrução criminal. Mas não há nenhuma intimidade, zero indício de proximidade indevida.
“Gilmar Mendes está em campanha para derrubar a Lava Jato”
“É brutal a divergência dos votos. Gilmar Mendes disse que a denúncia do Ministério Público sobre o PP, originária da Lava Jato, era um amontoado de argumentos soltos e vazios. E foi para cima de Sergio Moro.
Já Celso de Mello, conhecido pelos seus votos longos, cuidadosos e detalhados, entendeu que a denúncia envolvia a atuação de ‘políticos que parecem desconhecer a República’. Considerou que o MP construiu um bom caso, com indícios relevantes de prática de crime.
Como esses dois votos podem ser tão distantes? Simples: o decano argumentou como magistrado. Já Gilmar Mendes simplesmente está em campanha para derrubar a Lava Jato e o que chama de ‘Direito Penal de Curitiba’”.
“Uma campanha aberta contra a Lava Jato”
“Há, sim, uma campanha aberta contra a Lava Jato. Fazem parte os corruptos já descobertos e os que temem ser apanhados; os políticos que estavam acostumados a se servir do poder; a esquerda que quer livrar Lula, o comandante da operação toda; a direita que quer a farra de volta.
E também estão nesse esforço advogados, por razões óbvias, e juízes. Por que juízes? Porque para muitos deles a Lava Jato é a prova viva de quantos crimes deixaram passar ou não quiseram ver.
A divulgação das conversas Moro/Dallagnol faz parte disso. E o que tem ali é, sim, uma certa coordenação formal de trabalho. Legítima.
Não republicanas são as relações entre magistrados, advogados, políticos e réus, mantidas a festas e jantares e viagens na corte brasiliense.
E o pessoal do site Intercept não faz jornalismo. É pura militância.”
“Diálogos inteiros podem ter sido forjados pelo hacker”, diz força-tarefa da Lava Jato
A força-tarefa do MPF no Paraná divulgou mais uma nota à imprensa sobre as “investidas criminosas contra celulares” de integrantes da Lava Jato.
O comunicado faz referência ao recente ataque de um hacker que invadiu grupo de discussão de membros do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Distorcendo fatos, o hacker enviou mensagens com o objetivo claro de desacreditar a imagem de integrantes da força-tarefa, estimulando ainda que seu interlocutor as compartilhasse com o viés de ‘queimar a imagem’ dos integrantes do MPF.”
Hardt: “Invasão de aparelhos de autoridades públicas atenta contra a segurança de Estado”
A juíza federal substituta Gabriela Hardt confirmou por meio de nota que seu Telegram “foi invadido na mesma época e aparentemente pela mesma pessoa/grupo que invadiu os aparelhos dos procuradores”.
Segundo ela, o fato foi imediatamente comunicado à Polícia Federal.
A juíza não verificou informações pessoais sensíveis que tenham sido expostas, mas entende que “a invasão de aparelhos de autoridades públicas é um fato grave que atenta contra a segurança de Estado e merece das autoridades brasileiras uma resposta firme”.
Ela disse esperar “que o Poder Judiciário, do qual faz parte, perceba tal gravidade e adote medidas firmes para repelir tais condutas.”
Dodge pede à PF para unificar investigações sobre invasão de celulares da Lava Jato
Raquel Dodge pediu a Maurício Valeixo a unificação das investigações sobre invasões nos celulares de procuradores da Lava Jato, principalmente do Paraná e do Rio de Janeiro.
A procuradora-geral da República quer saber o modo de atuação, os motivos e eventuais contratantes do “ataque cibernético sistemático” contra membros do Ministério Público.
Oposição coleta assinaturas para CPMI de Moro e Dallagnol
A oposição protocolou um requerimento de criação de CPMI para investigar “a violação dos princípios constitucionais entre o Procurador Público Federal, Deltan Dallagnol, os Procuradores da força-tarefa de Curitiba da Lava Jato, e o então Juiz Sergio Moro”.
Oposição quer que Estado proteja Glenn Greenwald
Lideranças do PT, PCdoB, PDT, PSB, PSOL e PCB se reuniram ontem em Brasília para traçar estratégias contra Sergio Moro e a Lava Jato.
Em nota, os partidos defenderam que “o Estado garanta respeito ao exercício da cidadania de Glenn Greenwald, inclusive com garantias à sua integridade física e de seus familiares”.