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Esses fósseis vivos são mais estranhos do que parecem

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O termo fóssil vivo é usado para animais que evoluíram pouco desde quando surgiram, permanecendo com aparência semelhante a de milhões de anos atrás. Agora, uma nova pesquisa sobre um grupo de peixes conhecidos como gars, conseguiu explicar porque esses animais ficaram tão para trás na evolução e como isso permite que eles criem híbridos com outras espécies, mesmo elas compartilhando um ancestral que viveu há milhões de anos.

O estudo, publicado na revista Evolution, foi liderado por Chase Brownstein, da Universidade de Yale e usou amostras de DNA de centenas de invertebrados para investigar os gars, animais citados até mesmo por Charles Darwin, em Origem das Espécies.

Os ancestrais dos gars viverem no período Jurássico há cerca de 150 milhões de anos, mesmo período em que viviam os dinossauros;Eles são peixes primitivos pertencentes a família Lepisosteidae, os únicos sobreviventes do clado Ginglymodi;Esse grupo de peixes possui nadadeiras raiadas, que inclui os gars e seus parentes extintos.Eles não só são considerados fósseis vivos como apresentam a taxa de evolução molecular mais lenta entre todos os vertebrados com mandíbula.

Atualmente existem sete espécies de gars que se dividem em dois gêneros, a quais foram separados há cerca de 100 milhões de anos. Mesmo estando separados durante todo esse tempo, membros dos dois grupos podem se reproduzir entre si, e gerar descendentes férteis. De acordo com Chase Bronstein, em resposta ao IFLScience, isso seria o equivalente a um chimpanzé produzir um descendente fértil com um canguru, ou avestruz com um merlo.

O gar acim é um híbrido de Alligator Gar x Longnose Gar, abaixo é um Alligator Gar para comparação. . A inserção mostra o perfil do gar híbrido (Crédito: Kati Wright)

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Por que os gars são estranhos?

Uma das explicações de porque gars de dois grupos diferentes podem gerar descendentes férteis, mesmo estando separados por 100 milhões de anos, foi encontrada a partir da análise de DNA de 400 vertebrados com mandíbula. A investigação revelou que a evolução desses peixes primitivos é até três vezes mais lenta em ordem de magnitude do que qualquer outro grupo importante de invertebrados.

Isso significa, que o ancestral comum dos gars pode ser muito mais antigo e ainda produzir descendentes férteis, do que quando comparado com espécies com taxa de mutação genética mais elevada.

Nosso artigo mostra que os fósseis vivos não são simplesmente estranhos acidentes da história, mas fornecem uma demonstração fundamental do processo evolutivo na natureza. Isso mostra que a análise de padrões na história evolutiva dos fósseis vivos pode ter implicações para a nossa própria história. Não só nos ajuda a compreender melhor a biodiversidade do planeta, como também poderá um dia ser aplicado à investigação médica e melhorar a saúde humana.

Chase Brownstein, em comunicadohíbrido gar jacaré x gar manchado (Crédito: Solomon David)

Apesar de não terem evoluído geneticamente, os gars são capazes de se adaptar a novos ambientes e climas relativamente rápido. Eles respiram ar, têm ovos tóxicos, escamas blindadas, podem viver em água salgada por longos períodos e até mesmo diferentes climas e latitudes.

Agora os pesquisadores esperam continuar a investigação desses animais, para entender como a reparação supereficiente do DNA, que corrige mutações, ajudou os gars a sobreviverem por tantos anos.

O post Esses fósseis vivos são mais estranhos do que parecem apareceu primeiro em Olhar Digital.

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