A despedida do papa Francisco, que morreu na segunda-feira (21/4) aos 88 anos, começará nesta quarta-feira (23/4), com o velório aberto ao público. Conforme o cronograma de ritos e celebrações divulgado pelo Vaticano, os fiéis terão três dias, ao todo, para visitarem a Basílica de São Pedro e darem o último adeus ao pontífice, antes do sepultamento.
O corpo do papa está em um caixão na capela da Casa Santa Marta, onde ele viveu durante os 12 anos de papado. Às 9h desta quarta, no horário local (4h em Brasília), o caixão será transportado para a Basílica de São Pedro, em um rito liderado pelo cardeal Kevin Farrell, camerlengo da Igreja Católica, que dará início à procissão com um momento de oração.
O percurso do caixão até a Basílica de São Pedro passará pela Praça Santa Marta, em seguida pela Praça Protomártires Romanos e, por último, passará pelos Arcos dos Sinos, em direção à Praça de São Pedro. A previsão é que a procissão entre na basílica pela porta central. Os fiéis terão horários específicos para visitar o local, nos três dias de velório. Veja:
- Quarta-feira (23/4): 11h à meia-noite no horário local (das 6h às 19h no horário de Brasília);
- Quinta-feira (24/4): 7h à meia-noite no horário local (das 2h às 19h no horário de Brasília);
- Sexta-feira (25/4): 7h às 19h no horário local (das 2h às 14h no horário de Brasília).
A expectativa do Vaticano é que o adeus ao papa Francisco atraia, pelo menos, 1 milhão de fiéis nesses três dias de velório aberto. As filas serão formadas nas imediações da Praça de São Pedro, com entrada liberada, conforme a movimentação de pessoas. A despedida do público ocorrerá após o cardeal camerlengo finalizar a Liturgia da Palavra, já no interior da basílica.
Simplicidade na despedida
Esta será a primeira vez que a despedida de um papa ocorrerá em formato mais simples do que o normal. O próprio Francisco determinou a mudança no ano passado, ao aprovar uma revisão do livro litúrgico Ordo Exsequiarum Romani Pontificis, que trata dos protocolos fúnebres de um líder da Igreja Católica.
Papa Francisco defendia que um pontífice deve ser um “pastor e discípulo de Cristo”, e não sinônimo de uma pessoa poderosa ou associada ao luxo e ao poder. Com esse entendimento, ele determinou a simplicação de muitos dos processos protocolares de um funeral papal.
Uma das mudanças, por exemplo, diz respeito ao posicionamento do caixão dentro da Basílica de São Pedro, durante o velório aberto ao público. Até então, a urna funerária ficava sobre um catafalco, ou seja, uma estrutura alta, normalmente utilizada em funerais de grandes figuras do Estado.
Desta vez, o caixão de Francisco não será colocado na plataforma. Ele quis mudar o processo para se afastar da noção de que a despedida de um pontífice deveria ser semelhante a de um líder político ou governante de algum local específico. Passada a fase de despedida do público, o caixão será fechado na sexta para dar início à etapa do sepultamento.
Nove dias de luto
Segundo o Vaticano, no sábado (26/4), a partir das 10h no horário local (5h em Brasília), será celebrada a chamada Missa das Exéquias, que marcará o primeiro dia do Novendiali (novenário), que é um período de nove dias de luto e orações pelo líder da Igreja Católica. A celebração ocorrerá em frente à Basílica de São Pedro e será liderada pelo cardeal Giovanni Battista Re, do Colégio Cardinalício.
Finalizadas as Exéquias e os ritos de despedida, da Última Commendatio e da Valedictio, o caixão do papa Francisco será levado de volta para o interior da basílica e, em seguida, transferido para a Basílica de Santa Maria Maggiore, onde ocorrerá a cerimônica de sepultamento. Diversos líderes políticos, a exemplo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), devem marcar presença na despedida do papa.
Morte de papa Francisco
Papa Francisco foi o primeiro líder da Igreja Católica nascido na América Latina. Ele assumiu o posto em março de 2013. Argentino de origem, o nome verdadeiro dele era Jorge Mario Bergoglio.
Conforme os detalhes médicos divulgados pelo Vaticano, o papa morreu em decorrência de um acidente vascular cerebral (AVC) e de uma falência cardíaca irreversível.