O arcebispo de Brasília, cardeal dom Paulo Cezar Costa (foto em destaque) – que foi ao Vaticano, acompanhar o velório e participar do conclave do próximo papa – comentou sobre a história do papa Francisco em entrevista publicada no canal do YouTube da Arquidiocese da capital federal. Ele exaltou que o pontífice deixou um grande legado para a igreja e para o mundo. O papa morreu na madrugada de segunda-feira (21/4), na Casa Santa Marta, residência oficial onde morava, no Vaticano, em Roma.
O cardeal reforçou que o papa foi um importante porta-voz de temas relevantes para a sociedade como um todo. “Ele colocou em cena as grandes questões do mundo. Seja a questão ecológica, dos conflitos mundiais, a questão migratória. Papa Francisco deu voz a esses conflitos”, ressaltou o cardeal.
“Para a igreja, ele deixou um legado de simplicidade”, completou. Paulo Cezar afirmou que o Papa não aplicava ideologias às suas escolhas. “Ele não queria bispos de esquerda ou bispos de direita. Ele queria bispos homens, fiéis ao evangelho de Jesus Cristo; homens coerentes”.
Morte do Papa
- O pontífice ficou internado por cerca de 40 dias após ser diagnosticado com pneumonia dupla.
- No sábado (19/4), ele apareceu em público, na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
- No Domingo de Páscoa (20/4), fez aparição pública na Praça de São Pedro para abençoar os fiéis.
- Durante a aparição pública na Praça de São Pedro, ele acenou para as milhares de pessoas que estavam presentes.
- O papa Francisco fez um apelo aos responsáveis políticos “para que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento”.
- Ele morreu na madrugada desta segunda, em sua residência oficial, na Casa Santa Marta, no Vaticano.
Dom Paulo Cezar ainda frisou que Francisco lutava por uma irmandade entre os povos. “O mundo hoje é polarizado. Mas qual é o antídoto para a polarização? Uma sociedade de irmãos. Onde você olha para o outro e não vê um inimigo”, disse.
Momentos marcantes e conclave
O papa e o cardeal de Brasília se conheceram em 2013. “Percebi que era um homem de uma profunda humanidade. Um homem simples, capaz de tratar das grandes questões da humanidade, mas um homem capaz de relações humanas, de falar das coisas simples da vida”.
Durante a Jornada Mundial da Juventude, os dois religiosos ficaram mais próximos. “É um homem que marcou profundamente a minha vida”, relembra.
O cardeal embarcou nessa quinta-feira (24/4) para o Vaticano, onde participará do conclave para escolher o próximo líder da Igreja Católica. “Momento de profunda responsabilidade. É uma mistura de sentimentos: de tristeza pela perda dele e de responsabilidade de escolher um novo pastor”.
Sobre o perfil do próximo líder máximo da Igreja, o cardeal detalhou como o religioso escolhido deve ser. “Alguém que pense de acordo com nossos tempos e que seja segundo o coração de Deus. Que seja capaz, também, de dar uma contribuição para o mundo de hoje”, finalizou o cardeal.