Autoridades espanholas investigam denúncias de violência contra uma criança em creche de Torrejón de Ardoz, na região metropolitana de Madri. Quatro mulheres foram detidas após a divulgação de um vídeo, na última quinta-feira (10/4), que mostra uma bebê de um ano e meio sendo agredida por uma das cuidadoras da instituição.
A gravação foi feita por uma estagiária de 17 anos que, ao presenciar o episódio, decidiu registrar a cena para denunciar o que, segundo ela, era um comportamento frequente na creche Cascanueces, em funcionamento há mais de duas décadas.
Veja:
No vídeo, é possível ver uma funcionária empurrando a bebê contra a parede, batendo nela, gritando e colocando à força uma colher com comida em sua boca. Outras colaboradoras presenciam a ação sem reagir — e algumas chegam a rir da situação. Durante a agressão, a cuidadora repete frases ameaçadoras, como “se cuspir, enfio de novo”.
A estagiária entregou o material aos pais da criança, que procuraram a polícia. A partir daí, a cuidadora, outras duas funcionárias e a diretora da creche foram levadas para depor. Apesar das evidências, todas foram liberadas após prestar esclarecimentos.
Durante o interrogatório, a mulher responsável pela agressão reconheceu que pode ter se excedido e alegou estar sob pressão para garantir que as crianças se alimentassem. Também mencionou que enfrenta dificuldades pessoais e disse que a repercussão do caso prejudicou sua imagem. Em sua defesa, afirmou ainda que a bebê teria demonstrado carinho depois do ocorrido.
As demais funcionárias estão sendo investigadas por conivência ou omissão. A diretora da creche é acusada de ter conhecimento dos fatos e não agir para evitá-los. O caso teve grande repercussão entre os moradores da região e levou ao fechamento temporário da instituição.
Moradores relataram que, nos últimos anos, a administração da creche mudou e, desde então, janelas passaram a ficar sempre fechadas — o que agora gera questionamentos sobre a rotina das crianças dentro do local. Pelo menos sete famílias já procuraram a polícia para relatar comportamentos suspeitos e medo das crianças em relação à cuidadora.
Investigação
O governo regional abriu um processo administrativo para apurar possíveis falhas de fiscalização. Enquanto isso, a prefeitura de Torrejón de Ardoz ofereceu alternativas para que as crianças sejam transferidas a outras unidades de ensino.
As mulheres envolvidas vão responder judicialmente por maus-tratos, omissão de socorro e tratamento inadequado. Elas estão proibidas de exercer qualquer atividade com crianças, seja remunerada ou voluntária, e devem comparecer periodicamente ao tribunal enquanto o processo segue em andamento.