O Globo, em editorial, desmascarou os governadores de esquerda, que estão sabotando a inclusão de estados e municípios na reforma previdenciária:
“A política tem uma lógica nada cartesiana. Mesmo com a contabilidade asfixiada, governadores não trabalhariam em favor da reforma por serem de oposição. Exemplo de Pernambuco (Paulo Câmara, PSB), Ceará (Camilo Santana, PT), Maranhão (Flávio Dino, PcdoB) e Bahia (Rui Costa, PT).
No entanto, dificultar a extensão das mudanças para toda a Federação é que prejudicará o funcionalismo e a população dos estados, onde já existem casos de falta de dinheiro para hospitais e postos de saúde.
Impedir que a reforma aprovada no Congresso abranja toda a Federação é condenar a população a enfrentar uma crise que já se agrava em serviços públicos básicos.”
Hoje será mesmo a data-limite para a decisão sobre a inclusão ou não de estados e municípios na reforma da Previdência na comissão especial.
A reunião com governadores está prevista para a parte da manhã.
Não dando certo, o presidente da Câmara lavará as mãos e espera, assim, que o desgaste de um eventual não entendimento fique com os governadores — principalmente com os de esquerda, que, durante todo o processo, insistiram no jogo duplo.
O governador do Piauí, Wellington Dias (PT), é quem vai representar os governadores do Nordeste na reunião marcada para esta manhã em Brasília sobre a inclusão de estados e municípios na reforma da Previdência.
Wellington Dias já foi chamado de “gênio da política” por… Lula.
Rodrigo Maia está reunido com Wellington Dias (PT), porta-voz dos governadores do Nordeste.
É a última tentativa de negociação para incluir estados e municípios na reforma da Previdência antes da votação da proposta na comissão especial.
“Não vai se retirar nenhuma receita existente do governo federal, mas vai se construir um apoio à situação [de dificuldade] que os municípios e os estados vivem. Queremos a participação dos governadores. É importante que essa votação unifique a Federação: prefeitos e governadores com o Parlamento. Para que isso ocorra, precisamos do comprometimento de todos os deputados ligados aos governadores.”
Quem acompanha as negociações com governadores do Nordeste diz que a chance de estados e municípios entrarem no texto da reforma da Previdência ainda na comissão especial é praticamente zero.
Deputados continuam criticando a covardia dos esquerdistas, que insistem em querer se beneficiar dos efeitos da reforma sem bancar o ônus de apoiá-la publicamente.
Governadores do Nordeste não estão abertos nem sequer à possibilidade de a reforma ser validada nas assembleias estaduais por meio de projeto de lei ordinária [com exigência de apenas maioria simples para aprovação] — vale lembra que o relator, Samuel Moreira, chegou a contemplar essa solução em uma versão inicial do texto, mas não houve consenso para mantê-la.
Os governadores insistem na inclusão automática de estados e municípios na proposta que tramita no Congresso, o que garantiria a eles as contas em ordem e um desgaste zero.
Também ajudou a tensionar ainda mais o clima da negociação a lista de exigências apresentada em Brasília na semana passada pelos governadores. Como mostramos, a maior parte das demandas nada têm a ver com o relatório apresentado, que já contempla vários pedidos dos chefes de Executivo local, como manutenção das regras atuais para o BPC e aposentadoria rural.