Plano é que empresa, uma vez vendida ao setor privado, possa se modernizar e se adaptar às mudanças proporcionadas pelo comércio eletrônico
Em uma entrevista nesta semana, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que seria “um salto muito grande” se o presidente Jair Bolsonaro (PSL) aceitasse a privatização da Petrobras. No entanto, disse que o presidente cedeu em sua resistência quanto a venda de outra empresa.
Segundo fontes do governo, a estatal que será vendida são os Correios. Desde o sinal verde dado internamente pelo presidente, a equipe econômica se debruça para estruturar a venda da estatal. O objetivo é garantir liberdade para que a empresa se modernize e se adeque às mudanças promovidas pelo comércio eletrônico quando estiver desvinculada do estado.
Em entrevista a VEJA há cerca de vinte dias, o secretário de Desestatização do Ministério da Economia, Salim Mattar, afirmou que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, era um dos principais focos de resistência às privatizações no governo. É justamente a esta pasta que os Correios estão atualmente associados.
Mattar, à época, citou a empresa, junto com a EBC, empresa de comunicação, e a EPL, a estatal do trem bala, como um dos exemplos de companhia que precisava ser vendidas mas cuja privatização enfrentava dificuldades. “Setenta por cento da receita dos Correios vem da entrega de pacotes. O Estado é dono de uma transportadora. Isso é absurdo”, disse.
Publicamente, Guedes tem insistido que o governo federal deve se desfazer de ativos para diminuir a dívida pública, também apontando que o controle excessivo do Estado sobre os negócios abre margem para casos de corrupção nas estatais — como ocorreu na Petrobras, na Caixa Econômica Federal e nos Correios.
(Com Reuters)