A deputada federal Erika Hilton (PSol) teve o visto de entrada nos Estados Unidos alterado pelo governo de Donald Trump, que passou a considerá-la do gênero masculino. Em um documento de 2023, o país a reconhecia como mulher.
De acordo com a parlamentar, ela precisou tirar o visto para participar da Brazil Conference, na Universidade de Harvard e no MIT, e foi classificada como “sexo masculino” pelo governo dos EUA.
“Não me surpreende. Isso já está acontecendo nos documentos de pessoas trans dos EUA faz algumas semanas”, escreveu a deputada nas redes sociais.
A medida foi tomada após Trump impor restrições a transições de gênero de pessoas trans e determinar o banimento de termos relacionados à comunidade LGBTQ+ em sites do governo dos Estados Unidos.
Nas redes sociais, a deputada alega que se trata de “ódio” às pessoas trans. “Afinal, os documentos que apresentei são retificados, e sou registrada como mulher, inclusive na certidão de nascimento”, ressaltou Erika.
“Ou seja, estão ignorando documentos oficiais de outras nações soberanas, até mesmo de uma representante diplomática, para ir atrás de descobrir se a pessoa, em algum momento, teve um registro diferente”, lamentou a deputada.
Ela alega que “isso não vai parar em nós ou atingir apenas as pessoas trans, a lista de alvos dessa gente é imensa”.
“Ela (lista de alvos) já estava sendo escrita quando o primeiro escravizado foi liberto, quando a primeira mulher votou, quando os trabalhadores exigiram o primeiro aumento de salário, quando os indígenas reivindicaram o direito ao próprio território, quando um latino tentou ter de volta um pouco do que lhe foi roubado”, destacou.
Erika Hilton ainda apontou que, no Brasil, “é uma agenda política de ódio que já derrotou uma vez”. “Derrotaremos quantas vezes forem necessárias”.