O governo federal inicia, nesta sexta-feira (2/5), uma operação para a retirada de garimpeiros ilegais da terra indígena Kayapó, no Pará. A previsão é de que a desintrusão tenha duração de 90 dias.
A medida adotada na gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atende decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que determina a retirada de invasores do território protegido desde o governo de Jair Bolsonaro (PL).
A ação foi iniciada pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em 2020, quando pediu ações do governo para contenção do avanço da Covid-19 nas comunidades indígenas.
Segundo o governo federal, a terra indígena Kayapó tem área de 3,2 milhões de hectares, distribuídos entre os municípios de São Félix do Xingu, Ourilândia do Norte, Cumaru do Norte e Bannach.
Conforme informações do MapBiomas, que reúne pesquisadores de universidades e da sociedade civil, o território protegido tem área garimpada de 13,79 mil hectares dos quais 9,6 mil ficam a menos de 500 metros de algum curso d’água.
O governo federal pontua que a presença de garimpeiros conta com estrutura organizada, com maquinários e vínculos do crime organizado. Ainda de acordo com a gestão Lula, esses invasores têm impacto direto no aumento do desmatamento e na contaminação dos rios da região, em decorrência do mercúrio utilizado na mineração.
A retirada dos invasores será coordenada pela Casa Civil e pelo Ministério dos Povos Indígenas. A operação também contará com o apoio do Ministério da Justiça, da Fundação Nacional dos Povos Indígenas, Polícia Federal (PF), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Força Nacional, Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Polícia Rodoviária Federal (PRF).
Desde o início do governo, segundo informações do Palácio do Planalto, foram feitas operações semelhantes nas terras Alto Rio Guamá (PA), Apyterewa (PA), Trincheira Bacajá (PA), Karipuna (RO), Munduruku (PA).