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    Haddad é acusado em fraude bilionária

    Em processo, Haddad é acusado de beneficiar operador de Mantega e doadores de campanha com desapropriação

    O Ministério Público de São Paulo instaurou no dia 10 de maio procedimento de inquérito civil para apurar denúncia de uso indevido do nome do programa Minha Casa Minha Vida no empreendimento “Reserva Raposo”.

    Segundo portaria da Procuradoria estadual, o residencial ainda não obteve contrato da Caixa que o enquadre no programa federal, “induzindo a erro eventuais interessados em adquirir uma unidade habitacional por meio de referido programa habitacional com intermediação da CEF”.

    O petista Fernando Haddad, quando prefeito de São Paulo, editou decreto de desapropriação de uma área de interesse do empresário Victor Sandri – apontado pelo MPF como operador de Guido Mantega – e doadores de campanha.

    Essas e outras informações constam de um processo, movido pela Ajjuda Empreendimentos – proprietária do terreno desapropriado por Haddad – contra o Município de São Paulo, com objetivo de evitar a entrega do imóvel.

    A começar pelo decreto de desapropriação, datado de  29 de julho de 2016.

    No documento, segundo os advogados, o então prefeito alegou interesse público na área pela “necessidade de implantação do Terminal Raposo Tavares”. O problema é que Marta Suplicy, quando prefeita, também desapropriou um terreno com o mesmo objetivo e a apenas 1,5 km do local.

    A questão, na verdade, é que o terreno da Ajjuda Empreendimentos fica às margens da avenida Raposo Tavares e, por isso, se tornou estratégico para acesso ao empreendimento Residencial Reserva Raposo – uma espécie de “cidade” do Minha Casa Minha Vida.

    O ‘Reserva Raposo’ foi concebido para abrigar nada menos que 26 mil unidades do Minha Casa Minha Vida. No prospecto do investimento, que correu o mercado financeiro, a expectativa de comercialização do empreendimento supera R$ 5 bilhões.

    O empreendimento é do Grupo Rezek, do empresário José Ricardo Rezek, segundo maior doador da campanha de reeleição de Haddad em 2016. O fundo de investimento, por sua vez, foi estruturado pelo Banco Votorantim, cujo grupo também figura como doador da primeira campanha do petista.

    Na ação movida contra a desapropriação, a defesa da proprietária do terreno faz ainda outra acusação grave. A gestão de Haddad teria acertado que os custos da desapropriação seriam cobertos pela Parque Raposo Empreendimentos Imobiliários, responsável pelo Residencial Reserva Raposo — ou seja, pela própria interessada.

    A proposta de indenização e o recibo do valor de caução também foram arrolados no processo.

    Para tornar a história ainda mais curiosa, José Ricardo Rezek se associou na empreitada a Victor Sandri. Os dois, inclusive, assinam juntos um “convênio” firmado com a Secretaria Municipal de Habitação de Haddad, ainda em 2014, para colocar de pé o empreendimento.

    Na semana passada, Sandri virou réu ao lado do ex-ministro Guido Mantega na ação penal da Operação Bullish – que investiga os empréstimos do BNDES para o grupo JBS. Apontado como operador de Mantega, Sandri também está metido em outro negócio imobiliário: a construção da sede da BB Mafre, seguradora do Banco do Brasil.

    Takamoto
    Takamoto
    Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.

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