A juíza Ludmila Lins Grilo revelou, nesta quarta-feira, 3, que está ‘exilada’ nos Estados Unidos (EUA) há 1 ano. A magistrada tornou-se alvo de investigação do Supremo Tribunal Federal (STF). A Justiça aposentou Ludmila compulsoriamente após ela ter opinado sobre denúncias de casos de estupro que careciam de provas. Com o avanço do autoritarismo no país, marcado pela polarização política, Ludmila também virou alvo da extrema esquerda, que passou a ameaça-la e a persegui-la. Em meio às investidas do judiciário e do eixo político, ela foi banida das redes sociais por determinação do STF, dificultando sua comunicação publica no ambiente digital. Em nota nesta quarta, a juíza divulgou, em seu perfil no Locals, que manteve sua moradia nos EUA em segredo por mais de um ano porque precisava organizar uma série de documentos. “Esse foi meu segundo réveillon nos Estados Unidos da América, a terra da liberdade”, disse na publicação. “E que caridosamente me acolheu e me protegeu da ditadura que, miseravelmente, se instalou no meu país.” “Passei todo esse tempo reorganizando minha vida, e chegou a hora de revelar o que aconteceu. Sou, oficialmente, uma juíza brasileira em asilo político nos Estados Unidos”, escreveu a magistrada. Ludmila conta que ainda exercia a atividade de juíza quando se instalou nos Estados Unidos e que cumpria toda a agenda diária da vara criminal, por videoconferência. “Sofri calada todo tipo de difamação quanto à minha conduta profissional”, externou. Em 2022, a magistrada passou a ser investigada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, por declarações políticas e por críticas ao inquérito das chamadas ‘fake news’. Grilo tem dito que apresentará às autoridades americanas e à Corte Interamericana de Direitos Humanos toda ações “envolvendo os atos persecutórios praticados pelo STF, mais especificamente por Alexandre de Moraes, assim como pelo CNJ e TJMG”. Ella disse que “não pretende voltar ao Brasil” tão cedo por questões de segurança e lamentou “a implantação de uma ditadura por meio da cúpula do Poder Judiciário”.