A manchete da Folha de S. Paulo sobre as mensagens roubadas a Deltan Dallagnol resume perfeitamente o conteúdo de suas conversas:
“Lava Jato articulou apoio a Moro diante de tensão com STF.”
Era preciso cometer um crime, hackeando o telefone do procurador, para descobrir isso?
A Lava Jato sempre apoiou publicamente o juiz Sergio Moro.
E sempre contou com ele para impedir que os processos fossem obstruídos pelo STF, pelo Congresso Nacional e pelo Palácio do Planalto.
As mensagens roubadas à Lava Jato, mostram que Sergio Moro e Deltan Dallagnol só se comunicaram para defender os inquéritos dos ataques provenientes de Brasília, sobretudo do STF e do CNJ.
A pressão para enterrar a Lava Jato, em pleno governo de Dilma Rousseff, havia atingido seu nível máximo, com a tentativa de esconder o criminoso Lula na Casa Civil e de abafar todos os processos com o foro privilegiado.
Sergio Moro e Deltan Dallagnol impediram o golpe, contando com o apoio de Teori Zavascki.
As novas mensagens roubadas à Lava Jato e publicadas pela Folha de S. Paulo fizeram o escândalo da Intercept encolher ainda mais.
Elas mostram Sergio Moro e Deltan Dallagnol tentando impedir que o vazamento de uma lista da Odebrecht, que não tinha nada a ver com eles – nem a descoberta da lista, nem seu vazamento, pudesse desencadear um golpe no STF, durante o governo de Dilma Rousseff, para enterrar os inquéritos sob o manto do foro privilegiado.
A PF, em 2016, encontrou na casa de um diretor da Odebrecht uma lista de políticos que, aparentemente, haviam recebido dinheiro da empreiteira.
A lista foi anexada a um processo e vazou para a imprensa.
O erro quase permitiu que o STF e o CNJ retirassem todos os inquéritos de Curitiba, inclusive o de João Santana, porque os políticos tinham foro privilegiado.
É disso que Sergio Moro e Deltan Dallagnol tratam nas mensagens publicadas pela Folha de S. Paulo.
Eles tentavam impedir que a Lava Jato, por causa desse vazamento desastrado, sofresse um golpe e fosse engavetada – só isso.
O novo lote de mensagens roubadas à Lava Jato mostra que:
1) Sergio Moro e Deltan Dallagnol tentaram conter o vazamento para a imprensa de uma lista (possivelmente apócrifa) de políticos suspeitos de receber propina da Odebrecht;
2) Eles temiam uma manobra do STF para tirar a Lava Jato de Curitiba e engavetar os inquéritos em Brasília, por causa do foro privilegiado;
3) Nem o juiz, nem o procurador interferiram no trabalho da PF;
4) Sergio Moro contava com Teori Zavascki para impedir o golpe;
5) Nenhuma ilegalidade foi cometida.
“A invasão criminosa de celulares de autoridades públicas é objeto de investigação pela Polícia Federal.”