O apagão que parou parte da Europa na segunda-feira (28/4) deixou a população local cheia de dúvidas. A principal delas é o motivo da queda abrupta de energia. Sem a resposta para o motivo do problema, a insegurança sobre a disponibilidade de alimentos, transporte e o funcionamento de outras atividades inquieta as populações afetadas pela falha no sistema elétrico.
A falta de energia começou por volta das 12h30 pelo horário local, 7h30 pelo horário de Brasília. Toda a Península Ibérica foi afetada, o que levou transtorno às populações de Espanha e Portugal, além de partes da França. A falta de energia afetou trens, linhas de metrô e aeroportos internacionais.
O que se sabe até agora
- Espanha e Portugal enfrentam um apagão geral iniciado na segunda-feira (28/4), às 12h30, no horário local (por volta de 7h30 no horário de Brasília).
- A falta de energia afetou, entre outros serviços, trens, linhas de metrô e aeroportos internacionais.
- Segundo a operadora de redes energéticas REN, de Portugal, ainda não há um diagnóstico sobre o que aconteceu. A empresa desmentiu a notícia de que um fenômeno atmosférico raro teria dado origem ao problema.
A causa do apagão não foi divulgada. Uma das especulações mais comentadas foi a de um ciberataque. A hipótese encontra fatos que corroboram com a mesma. Um dos exemplos é o relato de uma recomendação feita pela União Europeia antes da falha elétrica para que a população preparasse um “kit de emergência de no mínimo três dias”.
“Há um tempo, a gente recebeu uma orientação da União Europeia de fazer um kit de emergência de no mínimo três dias. E, então, todos já estavam em alerta, embora ninguém estivesse preparado”, afirmou a brasileira Erika Santos ao Metrópoles.
No dia 26 de março, a União Europeia (UE) divulgou um documento intitulado Estratégia da União de Preparação. O texto menciona explicitamente as ameaças à cibersegurança como um dos desafios do bloco. Sob a justificativa de promover uma “cultura de preparação” em todas as políticas da União Europeia, são citadas 30 ações principais com este intuito em um plano.
A hipótese do ciberataque chegou a ser aventada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial de Portugal, Manuel Castro Almeida. Apesar disto, o presidente do Conselho Europeu, António Costa, negou a suposta relação entre um ataque virtual e a falta de energia elétrica.
Outra especulação que surgiu foi a de que um fenômeno raro tivesse relação com o apagão. A hipótese chegou a figurar em uma publicação da agência de notícias Reutres, mas acabou desmentida pelo porta-voz da empresa de fornecimento de energia REN.
A crise levou o Ministério do Interior da Espanha a declarar estado de emergência. O órgão espanhol indicou que o estado de emergência abrangerá as regiões que o solicitarem.
Pessoas em pânico
A falta de energia elétrica generalizada causou pânico na Espanha. Clientes correram aos caixas eletrônicos de bancos e houve ruas lotadas com pessoas desesperadas à procura de uma rede telefônica. Diante do caso, o primeiro-ministro Pedro Sanchez convocou uma “reunião extraordinária do Conselho de Segurança Nacional” na tarde da segunda.
A estudante brasileira Helena Neves, que está em Andaluzia, na Espanha, afirmou ao Metrópoles que a energia elétrica voltou ao fim do dia na localidade dela, mas que passou por dificuldades desde cedo.
“Fomos para o supermercado e todas as pessoas e famílias estavam comprando comida, como foi no começo da pandemia da Covid-19, galões de água e comida seca, por exemplo. Então, tentamos colocar gasolina, mas só dois postos da cidade estavam abertos, e com a polícia limitando quanto poderia colocar no carro”, explicou.
Na Espanha e em Portugal, a energia elétrica começou a ser restabelecida parcialmente na noite de segunda. O monitoramento do uso da carga, no entanto, revelou que o consumo estava muito abaixo do habitual, sinalizando que ainda havia muitas regiões sem o serviço no início da madrugada.