Classificado como maior tragédia do setor no Brasil, impactos de rompimento das barragens como em Mariana ainda não são mensuráveis.
Em Paracatu de Baixo, um pequeno distrito de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, quase todas as casas, escola, bares, comércio, igreja, quadra estão cobertos ou soterrados pela lama, que chegou três horas depois do rompimento das barragens de rejeitos de Fundão e Santarém, da mineradora Samarco, no distrito de Bento Rodrigues, também em Mariana. Duas semanas depois do terror, a comunidade parece um cenário de guerra: os espaços do que antes eram ruas – agora trilhos escorregadios de lama pesada – estão desertos, os cachorros abandonados perambulam em busca de água limpa. Há alguns caminhões e escavadeiras que retiram, lentamente, parte dos rejeitos. Os poucos homens que trabalham são de empresas terceirizadas pela Samarco, como a Integral, a mesma para a qual prestavam serviço a maior parte dos trabalhadores que estavam dentro das barragens no momento do rompimento.