“Aiiin, você não apóia mais o presidente, porque não apóia as manifestações. Traidor, comunista, isentão”…
Fui eu que elegi a Janaína, “amados”? Ou falo, desde antes das eleições, quando o povo queria que ela fosse a vice-presidente, que essa mulher era um engodo? E a Joice? E o Kim? E o Frota? Não avisei que cada um desses se viraria contra o Bolsonaro?
Sempre fui “do contra”. Já cansei de apanhar por não seguir o Senso Comum. Não ligo. Se fosse diferente, em alguns momentos, eu teria engrossado o coro que pediu Gilmar Mendes ou Joaquim Barbosa como presidentes. Lembram? Eu lembro! Essa vergonha eu não passei.
Prefiro ser o chato, que vê o copo meio vazio, do que não entender que a maioria do povo não é bolsonarista. O presidente tem, sim, eleitores fiéis. Mas, para chegar à presidência, contou com o voto dos “isentões”, dos intervencionistas, dos anti-petistas, que votariam em qualquer um que estivesse contra o PT. Esses eleitores são manipulados pela mídia.
A Direita tem que parar de olhar apenas para suas próprias redes sociais, onde invariavelmente concentram-se opiniões semelhantes e, então, cria-se uma falsa sensação de hegemonia.
Olhem as ruas, conversem com pessoas de fora dos seus círculos e vão entender o que eu estou falando.
Quando a deputada estadual mais votada do Brasil, eleita justamente pelos apoiadores do Presidente, sobe na tribuna e diz que Bolsonaro é um homicida, que deve abandonar o cargo e que não há tempo para um processo de impeachment, os bolsonaristas podem não ouvir, mas o resto do país ouve.
Temos, hoje, que combater inimigos que nós mesmos criamos. Já é passada a hora de fazer um mea culpa, reconhecer os erros e corrigi-los.
Se esse povo está no poder, com o nosso voto, é prova inequívoca de que são melhores estrategistas do que nós.
Até quando vamos continuar dando-lhes munição?
“Conhece o teu inimigo e conhece-te a ti mesmo e não precisará temer o resultado de cem batalhas.”
(TZU, Sun)