“Deputados do centrão e da oposição pressionam o presidente da CCJ da Câmara, Felipe Francischini, a votar nesta semana um requerimento de convocação a Moro.
Se for aprovado e o ministro não comparecer, ele pode responder por crime de responsabilidade”.
O ministro da Justiça e da Segurança Pública já havia comunicado ao presidente da CCJ, o deputado Felipe Francischini, que não poderia comparecer à comissão no dia 26 de junho. Moro está em viagem aos Estados Unidos.
O presidente da CCJ, Felipe Francischini, afirmou acreditar que não será necessário pautar requerimentos que pedem a convocação de Moro.
“Com diálogo, conseguiremos encontrar outra data para que ele compareça.”
O juiz Marco Antonio Barbosa de Freitas desmontou no Estadão a manobra para inocentar Lula a partir das mensagens roubadas a Sergio Moro:
“Não se pode confundir parcialidade de julgamento com busca incessante por provas: no primeiro caso, tem-se julgador subjetivamente vinculado a interesses de uma das partes; no segundo, tem-se julgador objetivamente comprometido na busca da verdade (real), e, por isso, não soa disparatado que, em harmonioso diálogo mantido com quaisquer representantes dos polos da ação, recomende o juiz a obtenção de provas que formarão o seu convencimento, já que ele será o destinatário delas.
Registre-se, ademais, que o Ministério Público e o Poder Judiciário são instituições estatais que, no âmbito penal perseguem a Justiça, ainda que por vieses distintos: o primeiro promove a justiça – me parece muito mais adequada, pois, a nomenclatura que se dá a esse órgão no âmbito estadual (Promotoria de Justiça) –, enquanto que o segundo distribui justiça (…).
O país parece fadado a extremismos que, de um lado e de outro, parecem só se unir numa única plataforma: a ojeriza à verdade (real).”