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Rússia liberta bailarina condenada por doar US$ 51,80 à Ucrânia

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A Rússia libertou nesta quinta-feira (10/4) uma cidadã russo-americana que havia sido sentenciada a 12 anos de prisão, após ser acusada pela Justiça do regime de Vladimir Putin de alta traição por alegadamente enviar 51,80 dólares (R$ 300) a uma ONG que atua na Ucrânia.

Ksenia Karelina, uma bailarina de 34 anos, foi libertada como parte de uma troca de prisioneiros com os Estados Unidos, disse o advogado dela, Mikhail Mushailov. A troca ocorreu em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, de acordo com informações do chefe da CIA, John Ratcliffe, ao jornal The Wall Street Journal (WSJ), o que foi confirmado pelo defensor.

“Ela foi trocada. Ela entrou em contato com seus familiares há duas horas”, comentou à Interfax. Ela também estaria em um avião rumo aos Estados Unidos, segundo escreveu na rede social X Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA.

O WSJ afirma que, em troca, Moscou recebeu o russo-alemão Artur Petrov, que estava detido nos EUA no âmbito de uma investigação por contrabando e lavagem de dinheiro. Ele havia sido preso no Chipre em 2023, acusado de exportar ilegalmente equipamentos eletrônicos à Rússia para fabricantes que trabalham com os militares russos.

Prisão

Em fevereiro de 2024, Karelina, que mora em Los Angeles, nos EUA, foi presa em Ecaterimburgo, na região dos Urais russos, enquanto viajava para visitar parentes. Nascida na Rússia e cidadã americana desde 2021, Karelina foi inicialmente acusada de desacato, supostamente por xingar policiais.

Posteriormente, agentes do FSB, a principal agência de segurança russa, examinaram seu telefone e disseram ter descoberto que, antes de viajar para a Rússia, ela havia feito uma doação para uma organização com sede nos EUA que fornece assistência à Ucrânia. A ONG, chamada Razom, fundada em 2014 por ucranianos que vivem nos EUA, coleta fundos para fornecer equipamento médico e alimentos para a população da Ucrânia.

Em agosto do mesmo ano, Karelina se declarou culpada das acusações apresentadas pelo Ministério Público diante do Tribunal Regional de Sverdlovsk. Dias depois, um tribunal da Rússia a sentenciou 12 anos de prisão.

O julgamento de Karelina ocorreu depois que Putin assinou um decreto em abril do ano passado aumentando a pena máxima por traição para prisão perpétua, em vez de 20 anos, como parte de um esforço para aumentar a repressão à dissidência no país.

Trocas de prisioneiros

A sentença de Karelina também foi proferida apenas duas semanas após uma histórica troca de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente, que incluiu 24 pessoas, a maior desde o fim da Guerra Fria. Nos últimos meses, já sob o governo de Donald Trump, a Rússia e os EUA continuaram a realizar esse tipo de troca.

Em fevereiro, a Rússia libertou Mark Fogel, um professor condenado a 14 anos de prisão por tentar entrar na Rússia com maconha medicinal, e Washington permitiu o retorno do suposto criminoso cibernético russo Alexandr Vínnik, processado pela Justiça americana por lavagem de dinheiro.

Pouco depois, Moscou confirmou a libertação de outro cidadão americano, preso pouco antes em Moscou com meio quilo de produtos de cannabis escondidos em recipientes de geleia.

Recentemente, um tribunal na cidade de Vladivostok, no Extremo Oriente da Rússia, reduziu em sete meses a pena de prisão do sargento americano Gordon Black, condenado em junho de 2024 a três anos e nove meses de prisão por roubo e ameaças de morte contra uma amiga.

Atualmente na Rússia estão detidos outros 20 americanos ou cidadãos com dupla nacionalidade, de acordo com defensores dos direitos humanos.

No passado, durante o governo de Joe Biden, os Estados Unidos e a oposição russa acusavam regularmente o Kremlin de tomar como reféns prisioneiros políticos e cidadãos estrangeiros para posteriormente trocá-los por russos que cumprem penas em prisões ocidentais. Em troca de jornalistas, ativistas políticos e artistas, a Rússia, por exemplo obteve a libertação de figuras como Vadim Krasikov, um agente do FSB condenado na Alemanha por assassinar um exilado checheno num parque de Berlim em 2019.

Leia mais reportagens como essa na DW, parceiro do Metrópoles.

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Takamoto
Takamoto
Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.
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