Sérgio Moro, os seus críticos, incluindo ministros do Supremo, dizem que o fato de criminosos comuns terem realizado a invasão não sublima o teor e a gravidade das mensagens.
Sérgio Moro: “Não sei se disseram, mas o que tenho presente é que não existe gravidade nenhuma naquilo que foi feito durante a Operação Lava Jato, salvo os crimes daqueles que foram devidamente punidos. Estou absolutamente tranquilo quanto à correção das minhas ações.
Qualquer mensagem minha, se for divulgada sem adulteração e sem sensacionalismo, não revelará nada mais do que correção. Eu sempre disse muito tranquilamente: essas pessoas não têm nada contra mim que tenha substância. O que tem é sensacionalismo, militância política e distorções”.
Sérgio Moro, pensou em desistir em algum instante?
Sérgio Moro: “Eu ouço muito das pessoas na rua: “Não desista”. Nesse último mês e meio, tenho ouvido com mais frequência. Mas acho que existe um trabalho a ser realizado.
Já disse que vim ao governo com o objetivo de consolidar os avanços anticorrupção, impedir retrocessos e para avançar também outras áreas importantes, como o enfrentamento ao crime organizado e aos crimes violentos.
Para mim é uma missão. Se fosse identificada alguma conduta ilícita ou ilegal de minha parte, seria diferente. Eu não posso desistir por algo que não tem nada de ilícito”.
Dos três Poderes, o Judiciário e seus tribunais é o que mais oferece festas. Festas para todos gostos, ano inteiro.
Não são gratuitas. Têm uma função na definição da justiça (…).
Se Gilberto Freyre fizesse a sociologia destas festas, começaria perguntando: Quem vai? Quem não vai? Para quem são?
Vão os magistrados, desembargadores, ministros, procuradores, subprocuradores, presidentes de tribunais, corregedores. E cônjuges. Vai toda a hierarquia. Relatores, conselheiros, peritos, assistentes. Famílias.
Advogados, muitos, muitos e muitos advogados. Vão sobretudo as partes com grandes processos pendentes. Os advogados de milhões de pequenas causas não são convidados.
Mas o que tanto conversam? Servidores públicos, donos de cartórios, partes, juízes e ministros?
Não é sobre teorias jurídicas. Hart versus Alexy, ou Pontes de Miranda. É sobre processos para serem julgados. A pauta da próxima sessão. Despachos auriculares. Pedidos de vista (…).
Um coquetel é humano. Demasiadamente humano para ser codificado. Demasiadamente fugaz para ser punido.
No final, cada um recorta a conversa como lhe apeteceu.
O importante foi o ouvir, e não o falar.
E se as conversas fossem gravadas e vazassem?
O coquetel seria contra o devido processo legal, imparcial e inconstitucional.
Anulam-se os processos ou o coquetel?”
A Folha de S. Paulo alega “interesse público” para publicar as mensagens roubadas por estelionatários, especializados em fraudar e forjar documentos.
É preciso reconhecer que o jornal tem razão.
As reportagens Glenn Greenwald só demonstram a lisura e a seriedade da Lava Jato.
É o verdadeiro interesse público.
Tudo indica que a revanche da Polícia Federal de Sérgio Moro sobre os que tentaram usar a invasão criminosa para colocá-lo na berlinda e derrubar a Lava Jato está apenas começando.
Um ministro do STF, em condição de anonimato, disse ao UOL que Sergio Moro não deveria ter a lista dos hackeados, já que se trata de ação sigilosa:
“Isso que ele está fazendo, além de desmoralizar a Polícia Federal e o Judiciário, ainda pode prejudicar a condução do processo, pois estas atitudes podem ser questionadas no Supremo.”
Sérgio Moro respondeu no Twitter:
“Vamos explicar para o UOl já que insiste em falsos escândalos. As centenas de vítimas do hackeamento ilegal, tão celebrado pelo UOl, têm o direito de saber que foram vítimas. Só estão sendo comunicadas. Não tenho lista, só estou comunicando alguns.”
Pelo jeito, só Glenn Greenwald pode fazer o que quiser com as mensagens roubadas e desmoralizar a Polícia Federal e o Judiciário.