O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, sancionou nesta segunda-feira (12/5) o acordo de minerais com os Estados Unidos, após aprovação unânime do Parlamento. O pacto foi assinado no fim de abril e estabelece um fundo de reconstrução administrado conjuntamente, além de conceder aos EUA acesso prioritário a recursos estratégicos da Ucrânia, como lítio, titânio, gás natural e terras raras.
Considerada um marco na relação bilateral, a parceria é vista com potencial para atrair investimentos e fortalecer a posição geopolítica da Ucrânia em meio ao conflito em curso.
“Volodymyr Zelensky sancionou um projeto de lei para ratificar o acordo entre os governos da Ucrânia e dos Estados Unidos para criar o fundo de investimento para reconstrução EUA-Ucrânia”, alega uma declaração publicada no site do parlamento ucraniano
Atrasos, impasses e acordo
- Ucrânia e Estados Unidos tentam concretizar o acordo sobre recursos naturais desde janeiro, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, retornou à Casa Branca.
- Na época, a expectativa era que o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, fechasse o acordo durante viagem a Washington em fevereiro, porém um bate-boca com Trump no Salão Oval mudou o rumo da conversa.
- Zelensky questionou Trump sobre as garantias de segurança, mas, inicialmente, o norte-americano se recusou a oferecê-las à Ucrânia.
- Durante um longo período, Volodymyr seguiu firme na retórica de que não pretendia “vender seu país” aos EUA.
- Diante da discussão, a concretização da assinatura ficou suspensa. O ucraniano deixou Washington sem assinar o acordo de exploração de minerais ucranianos com Trump.
- Em outra ocasião, Donald Trump indicou de US$ 350 a US$ 500 bilhões para ter acesso aos recursos naturais. Zelensky, porém, rejeitou a ideia.
Acordo prevê que 50% das receitas futuras de exploração desses recursos sejam destinadas ao fundo de reconstrução, com investimentos voltados à infraestrutura, segurança e economia do país. Embora não inclua garantias militares explícitas, Kiev espera que a parceria fortaleça o apoio dos EUA, incluindo o fornecimento de sistemas de defesa aérea.
O governo norte-americano, considera o pacto uma resposta econômica à guerra e uma oportunidade de consolidar uma aliança de longo prazo com Kiev. A medida também visa fortalecer a posição dos EUA em um mercado dominado atualmente pela China, que concentra boa parte da produção global de minerais raros.