Deficitárias e com péssima administração, as empresas devem ser repassadas à iniciativa privada. Modelo de privatização ainda está sendo estudado
Mais duas empresas públicas do Distrito Federal entraram na fila das privatizações. Segundo o governador Ibaneis Rocha (MDB), o Executivo fará a abertura de capital da Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF) e da Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb).
Além disso, o governo anunciou que vai vender 51% das ações Companhia Energética de Brasília (CEB) Distribuidora. “Caesb e Metrô estão na mesma linha. A Caesb precisa urgentemente da abertura de capital, para que possa fazer os investimentos necessários e superar as dificuldades pelas quais passa. Eu reconheço o esforço dos servidores. Mas eles não vão dar conta de sair da crise. Então, nós temos que pensar na abertura de capital”, afirmou Ibaneis, nesta terça-feira (14/05/2019).
Segundo o governador, o Executivo deverá privatizar as duas empresas com o objetivo de levantar recursos a fim de melhorar a prestação dos serviços públicos. “O Metrô simplesmente não tem capacidade nenhuma de investimento e consome milhões do DF”, argumentou.
O governador ainda estuda qual será o modelo de privatização das empresas, se por meio de venda de ativos ou abertura de capital. E adiantou que pretende entrar nos programas de apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES). Mesmo com as concessões, o emedebista garante que o governo irá preservar os empregos do atual quadro de funcionários de cada uma.
O governo deu o primeiro passo para passar o Metrô à iniciativa privada. Em meio à greve dos metroviários, que nesta terça-feira entra no 13º dia, lançou o edital de chamamento público para concessão da Companhia do Metropolitano. Na prática, a medida transfere a gestão do transporte de trilhos do DF para as mãos da iniciativa privada.
O edital, publicado no Diário Oficial do DF de 6 de maio, estabelece que os interessados em participar do processo deverão apresentar “projetos, levantamentos, investigações e estudos para modelagem técnica, operacional, econômico-financeira e jurídica referentes à concessão de gestão, operação, manutenção e expansão dos serviços de transporte metroviário do DF”.
Assim como os metroviários, os servidores da Caesb aprovaram indicativo de greve. Eles prometem cruzar os braços a partir de quinta-feira (16/05/2019). A empresa pública apresentou proposta aos servidores, mas eles rejeitaram o documento, por unanimidade, em assembleia na última semana.
“A realidade hoje é só uma: todas essas empresas do DF precisam de aporte de recursos imediato. No caso da CEB, são necessários R$ 500 milhões imediatamente, sob pena de a empresa perder a concessão [da Aneel]”, ressaltou o governador.
Crise na Saúde
Também nesta terça, Ibaneis comentou a crise na saúde pública. Perguntado sobre o motivo de não ter sido publicada a exoneração da diretoria do Hospital Regional de Sobradinho (HRS) no Diário Oficial do DF, disparou. “Mas aí se não confirmar a exoneração dos diretores, eu confirmo a do secretário [Osnei Okumoto].”
A decisão de afastar a direção do hospital foi tomada por Ibaneis após Beatriz Viana da Silva, 19 anos, morrer devido a uma parada cardiorrespiratória no último sábado (11/05/2019). A família alega que ela perdeu a vida por falta de atendimento no HRS.
“Amanhã [14/05/2019] vou trocar toda a gestão do Hospital de Sobradinho porque não estão dando a atenção à população que deveriam dar. Já dei a determinação para o secretário de Saúde, Osnei Okumoto. Não vou admitir esse tipo de atendimento à população. Quero dizer à família que vamos buscar a responsabilização do que aconteceu”, disse Ibaneis, na segunda-feira (13/05/2019).