“No desejo de serem apreciadas e aceitas por aqueles ao seu redor, as pessoas se perdem em deslumbramento, criando uma sociedade de pessoas “viciadas” em exibicionismo!”
A necessidade de aparecer todos nós temos, uns mais, outros menos, seja por motivos ou princípios diversos. É normal que queiramos contar as boas notícias, mostrar as nossas vitórias, partilhar com quem gostamos tudo que conquistamos, seja no ponto de vista material, emocional e espiritual.
Porém, esse processo de exposição precisa ser feito sem deslumbramento, com maturidade para não nos sujeitarmos forçosamente, uma vez que esse comportamento deixa de ser uma forma de comunicação e passa ser exibicionismo. Uma necessidade de supervalorização, seja por parte dos outros ou de nós mesmos.
Com a chegada da internet, das redes sociais, das fotos e dos vídeos instantâneos, tudo virou ostentação! Ter o melhor corpo, o melhor cabelo, o melhor carro, a melhor maquiagem, o melhor vestido, escolher a melhor viagem, os melhores locais para frequentar.
Mas quem disse que tudo isso é questão de “melhor”? Somente para quem se deixa levar, se deixa persuadir tão facilmente. Por isso gosto das pessoas inéditas, das pessoas extraordinárias, dos seres verdadeiramente pensantes, daqueles que ousam fazer diferente, principalmente o que a maioria faz. São essas pessoas que me cativam.
A origem da busca pelo exibicionismo está frequentemente associada a sentimentos de abandono e necessidade de provar valores perante a sociedade.
O exibicionismo possui uma genealogia hostil, uma vontade inconsciente de revelar as genitálias, entretanto, isso é impossível diante do princípio da realidade. A negação do exibicionismo pode dar vazão as agressões físicas, verbais e insinuosas, que estão latentes ou escancaradas.
Essas coisas estão ligadas ao sentimento de inferioridade, uma necessidade de chamar a atenção alheia – para mostrar que se tem sucesso, fama, dinheiro, carros, títulos ou até mesmo capinhas de celular. Vivemos na era do exibicionismo, em que a grande mídia vende a ilusão que se pode ter tudo ou ser, contudo, ela não diz que isso tem – um custo elevadíssimo, que é o endividamento financeiro e o aumento da ansiedade e da angústia.
A mídia também é uma grande incentivadora dessa realidade, pois vende a ilusão de um mundo simples e mágico, onde podemos ser e ter tudo o que quisermos a qualquer momento, e não nos fala que o preço que devemos pagar por isso, muitas vezes, vai além do dinheiro, e nos leva a sacrificar nossa saúde mental e espiritual.
A redes sociais transformaram-se num grande termômetro do exibicionismo, uma realidade artificial – que se alimenta das carências afetivas ou emocionais, que busca através de likes ou comentários aumentar autoestima, para se convencer daquilo, que não se tem certeza em si mesmo.
Está provado se não for possível conseguir a satisfação em um nível mais profundo, inevitavelmente se buscará fora. Mas se autoestima estiver consolidada, não será preciso ficar se expondo, porque se conquistou a inteireza e a confiança em si mesmo e sem a obrigação de clamar atenção dos outros.
Quando estamos felizes com quem realmente somos, não precisamos nos expor para termos validação.
Uma coisa é fato de que nós seres humanos não somos autossuficientes e não conseguimos manter a nossa existência isolada, carecemos de outros seres humanos. Entretanto, a melhor forma de sermos lembrados é sermos nós mesmos, do que alguém que somente gosta de aparecer.
E o que mais me impressiona é que se uma foto postada, exibindo o ‘corpo’ tem 500 “curtidas”, agora se a mesma pessoa postar um texto interessante, vai receber 12 curtidas. O que isso quer dizer? Deixo pra você pensar!
Não se limite tentando agradar às pessoas através de versões falsas de si mesmo. Somente a autenticidade permite a criação de uma vida com propósito.
Quem gosta de nós de verdade, vai gostar do jeito que somos e não do jeito que a mídia, a propaganda e redes sociais querem que sejamos.