Gilmar Mendes voltou a atacar a Lava Jato: Eu tenho a impressão de que havia um voluntarismo, um propósito – talvez até positivo – de combate à criminalidade. Eventualmente a qualquer preço. Disse o ministro.
Ele disse também que as mensagens roubadas da Lava Jato não podem ser usadas para condenar alguém, mas podem exonerar um indivíduo de sua responsabilidade criminal: “Temos respostas positivas em casos parecidos.”
Lula já está comemorando.
Gilmar Mendes disse também que tirar Moro da Lava Jato foi bom para o Brasil: “Uma contribuição importante que o governo brasileiro deu ao sistema político institucional brasileiro foi ter tirado Moro da Lava Jato. Eu não sei se foi uma boa opção para o juiz Moro.”
O Congresso Nacional manobra para blindar os políticos contra a cadeia. Trata-se uma resposta à lei que acaba com o foro privilegiado.
“O fim do foro especial para crimes comuns cometidos por todas as autoridades do país, inclusive juízes e integrantes do Ministério Público, voltará à pauta do Congresso em 2020.
Na tentativa de destravar o tema, que virou os últimos dois anos sem ser votado na Câmara, parlamentares negociam uma mudança na proposta inicial: incluir o impedimento ao juiz de primeira instância de decretar medidas cautelares contra políticos, como prisão, quebra de sigilo bancário e telefônico e ordem de busca e apreensão.”
O procurador Roberson Pozzobon, da Lava Jato, comentou sobre a nova manobra do Congresso Nacional para blindar os políticos:
“Câmara se prepara para votar PEC que extingue foro privilegiado, mas parlamentares querem ‘aproveitar’ e incluir dispositivo que impedirá juízes de 1ª instância de decretar medidas cautelares contra políticos, como prisão, quebra de sigilos e ordem de busca e apreensão.
O Brasil sabe há tempos que Gilmar Mendes mudou de lado.
Antes um aguerrido defensor da prisão de condenados em segunda instância (a situação de Lula), tornou-se um ferrenho opositor dela. E, assim, um opositor da Lava Jato.
Gilmar passou a patrocinar o modelo que prevê que os condenados só devem ir para a cadeia depois de esgotados todos os recursos na Justiça.
O que, no Brasil, para quem tem um bom (e caro) advogado, significa NUNCA ir para a cadeia.
Mas como Gilmar atuou para impor sua vontade ao Supremo Tribunal Federal?
Gilmar agiu nos bastidores.
Como um político. Até encontrar o momento mais propício para atingir seu objetivo.
O trecho a seguir narra como Gilmar, um notório amigo de tucanos e peemedebistas, se aproximou de Dias Toffoli, um egresso do petismo e potencial adversário.
E como Gilmar atuou para transformar o atual presidente da Corte em um grande aliado:
A relação de Toffoli com Gilmar já era de muita proximidade. O próprio Lula, certa feita, o pegou pelo braço em um evento em Brasília e quis saber sobre a relação íntima entre os dois, uma amizade outrora impensável.
Ambos já frequentavam as casas e gabinetes um do outro. Gilmar, espertamente, viu em Toffoli um possível aliado e, aos poucos, foi ganhando a sua simpatia ao mesmo tempo em que apresentava a ele as gostosuras do poder e o ajudava a ampliar sua rede de contatos.
Em suma, o velho ministro foi aos poucos mostrando ao novato como fazer para valorizar a caneta que ele tem em mãos, uma fonte inesgotável de poder. A relação foi se estreitando mais e mais.
Recentemente, depois que as mulheres de ambos, as advogadas Guiomar Mendes e Roberta Rangel, entraram na mira de um grupo especial da Receita Federal que investigava possíveis fraudes tributárias em suas atividades profissionais, a amizade virou uma aliança ainda mais estratégica.
E se somou aos interesses dos amigos dos dois ministros, um oriundo das hostes petistas e outro alinhado aos tucanos e emedebistas. Estava aberta uma janela de oportunidade para transformar a agenda do Supremo em instrumento para enfraquecer a Lava Jato…