O Congresso perdeu o medo
Depois dos ataques de Olavo de Carvalho e Carlos Bolsonaro à ala militar do governo, os parlamentares perderam o medo das redes sociais, porque os próprios eleitores de Jair Bolsonaro se afastaram dos aloprados.
Agora o Congresso Nacional se sente livre para fazer qualquer coisa: tirar o Coaf de Sergio Moro, engavetar o pacote anti-crime, barganhar cargos com o presidente e desidratar a reforma previdenciária.
Jair Bolsonaro está sendo convencido a fazer mais pronunciamentos em rede nacional.
Só que Fábio Wajngarten, secretário de Comunicação, não foi comunicado da ideia — que saiu da cabeça de Olavo de Carvalho.
Bolsonaro é responsável pela escalada da crise:
“O presidente Jair Bolsonaro é o único responsável pela escalada da crise gerada pelas opiniões desairosas do ex-astrólogo Olavo de Carvalho a respeito de integrantes do governo e das Forças Armadas. As ofensas proferidas por aquele cidadão não têm rigorosamente nenhuma importância, mas ganharam visibilidade porque não foram devidamente repelidas pelo presidente da República do qual ele se diz guru inspirador. Ao contrário, Bolsonaro continua a dispensar ao ex-astrólogo um tratamento extremamente reverente (…).
Por fim, Olavo de Carvalho queixou-se de que ‘altos oficiais militares’ por ele criticados foram ‘buscar proteção escondendo-se por trás de um doente preso a uma cadeira de rodas’ – referência ao general Villas Bôas, que sofre de doença degenerativa. E ainda não se ouviu, da parte do presidente Bolsonaro, nenhuma palavra de censura diante de tão ultrajante declaração.”
A bancada evangélica – ou uma parte dela – desistiu de Olavo de Carvalho.
O Pastor Eurico disse para a Folha de S. Paulo:
“Sempre fui um admirador do senhor Olavo de Carvalho. A partir do momento em que ele partiu para a baixaria contra os militares, principalmente contra uma figura como a do general Villas Bôas, eu deixei de ser um admirador, me decepcionei. Eu tenho ojeriza, pode usar essa palavra, pelos procedimentos que ele está adotando. Todos os generais merecem respeito, acho um desrespeito muito grande com quem fez tanto pelo Brasil.”
Sóstenes Cavalcante concordou:
“O governo precisa cuidar para pacificar o assunto. Eu, particularmente, não tenho nenhuma simpatia pelo Olavo de Carvalho. Em algum momento, já tive simpatia ideológica. Desde o momento em que ele fez fortes críticas aos evangélicos, ele deixou de me servir de inspiração.”
“deputados articulam derrubar a condecoração concedida por Jair Bolsonaro a Olavo de Carvalho”. Olavo de Carvalho está se lixando para isso. Ele só quer continuar mandando no presidente.