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    Moro: “Existe um grupo criminoso organizado, cujo objetivo é anular os processos”

    Sergio Moro, nesta quarta-feira, às 9 horas, vai ao Senado.

    Ele será interrogado na CCJ por investigados e réus da Lava Jato, reunidos na bancada do IntercePT, a maior do Congresso Nacional…. Parece piada, mas não é.

    Sergio Moro, em entrevista a Ratinho, disse:

    “Eu não tenho as mensagens. Não posso falar sobre. Mas acho que todos nós devemos nos preocupar com isso. Trata-se de um ataque contra as instituições e à Justiça. Não fui só eu que fui alvo. Também ocorreu com procuradores e jornalistas. É um ataque orquestrado. A polícia está investigando com autonomia, mas a gente não está falando de um adolescente. Existe um grupo criminoso organizado, cujo objetivo é obstaculizar as investigações e anular os processos (…).

    Estamos trabalhando muito, mesmo diante de reações até criminosas contra o nosso trabalho.”

    A nova peça de propaganda de Glenn Greenwald contra a Lava Jato é ainda mais amadora que as anteriores.

    Para compreender o que houve, é preciso colocar as frases em ordem cronológica – respeitando os horários de cada diálogo – e não em blocos separados, como faz Glenn.

    A manipulação beira o ridículo de juntar, numa hipotética conversa, diálogos ocorridos em novembro de 2015, junho de 2016 e abril de 2017.

    Existe um nome para isso.

    A ex-procuradora regional da República Ana Lúcia Amaral, em entrevista à Folha de S. Paulo, desmontou o engodo do IntercePT:

    “O que veio até agora não é nada. O que veio à tona não diz que o juiz fez incluir uma parte na denúncia, ‘escreva assim, escreva assado, atribua tal crime ao acusado’. Nem que o MP sugeriu no despacho ‘diga assim, assim’… Está muito claro que isso nunca aconteceu.”

    “Parece que o maior interessado, o grande beneficiário, é a defesa do ex-presidente Lula, porque ninguém veio com uma conversa estranha envolvendo outro réu, outro processo.

    Houve sempre uma narrativa de que o ex-presidente Lula foi condenado sem provas. Como não deu para apagar as provas, ‘vamos arranjar uma nulidade’. Sempre foi o grande caminho para você acabar com uma operação. ‘Invente uma nulidade aí’. E salva-se todo mundo. Este país não suporta muita legalidade…”

    “Fernando Henrique Cardoso denunciou publicamente a tramoia para tirar Lula da cadeia por meio do vazamento criminoso de mensagens roubadas à Lava Jato.

    E o que fez o IntercePT? Pescou no balaio do hacker um diálogo entre Moro e Dallagnol sobre o próprio FHC. É uma tentativa nojenta de intimidar qualquer um que questione os vazamento. Quem garante que os vazadores vão vazar tudo, sem escolher seus alvos? Quem garante que eles não vão poupar seus apoiadores?”

     

    Takamoto
    Takamoto
    Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.

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