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    Dias Toffoli – Folha joga Toffoli contra a Lava Jato

    Dias Toffoli foi investigado por Deltan Dallagnol – É a leitura que a Folha de S.Paulo faz das mensagens roubadas por estelionatários e repassadas aos parceiros do jornal. Mas é mentira.

    Dias Toffoli – Em meados de 2016, Léo Pinheiro, sócio da OAS, estava negociando um acordo com a PGR. E Deltan Dallagnol, que já havia tratado com os advogados do empreiteiro, claramente tentava impedir que ele omitisse algum fato ou usasse os depoimentos para manipular os investigadores.

    É esse o sentido de sua primeira mensagem sobre o assunto, de 13 de julho de 2016: “Caros, a OAS trouxe a questão do apto do Dias Toffoli?”

    O promotor Sérgio Bruno Cabral Fernandes, que fazia parte da equipe de Rodrigo Janot, na PGR, respondeu: “Que eu saiba não. Temos que ver como abordar esse assunto. Com cautela.”

    O STF, nesta quinta-feira, volta do recesso.

    A Folha de S. Verdevaldo esperou o dia certo para soltar as mensagens de Deltan Dallagnol sobre Dias Toffoli.

    “Há expectativa de que o decano, Celso de Mello, lidere a reação”. É o plano dos verdevaldianos: virar o voto de Celso de Mello no caso de Lula.

    O único empecilho é que não há uma única mensagem de Sergio Moro sobre o assunto.

    A Folha de S. Verdevaldo tenta demonstrar que a Lava Jato recorreu à Receita Federal para investigar Dias Toffoli.

    A troca de mensagens dos procuradores, porém, foi motivada pela reportagem da Veja sobre a reforma da casa do Dias Toffoli.

    Os dados da Spea e da Receita Federal a que eles se referem são claramente aqueles que já haviam sido obtidos com a quebra de sigilo bancário e fiscal da OAS.

    O método verdevaldiano é esse: os repórteres pescam uma mensagem aqui e outra ali, com um intervalo de meses entre elas, e misturam tudo para comprovar uma tese mentirosa, tirando as conversas do contexto.

    A Lava Jato prendeu ontem o maior doleiro do Brasil. E está à procura de um dos maiores pagadores de propina de todos os tempos.

    Enquanto isso, a imprensa verdevaldiana recorre a estelionatários para escavar uma trincheira no STF e tirar todos os criminosos da cadeia.

    A Folha de S. Verdevaldo tenta demonstrar que a Lava Jato investigou Dias Toffoli, que tem foro privilegiado.

    Todas as mensagens roubadas, porém, referem-se a fatos apurados pela PGR.

    Em 21 de agosto de 2016, o procurador Orlando Martello disse: “A respeito do Toffoli, peçam pesquisa para a Spea de pagamentos da OAS para o escritório da esposa do rapaz q terão mais alguns assuntos para a Veja. Não é nada relevante, mas acho q da uns 500 mil.”

    Deltan Dallagnol respondeu: “A RF tá olhando… Mas isso eu não sabia.”

    A Spea, ou Secretaria de Pesquisa e Análise, é ligada à PGR.

    Orlando Martello, na mensagem, insinuou que o vazamento de um suposto anexo de Léo Pinheiro sobre Dias Toffoli, publicado pela Veja, veio da própria PGR.

    O vazamento foi o pretexto usado por Rodrigo Janot para enterrar o acordo com o empreiteiro, que até hoje está guardado na gaveta de Raquel Dodge.

    Janaina Paschoal comentou a nova reportagem da Folha de S. Verdevaldo, que reproduziu mensagens roubadas de Deltan Dallagnol sobre Dias Toffoli:

    “Não sei se os diálogos, publicados hoje, conferem com a realidade. Mas se conferirem, não vislumbro neles qualquer ilegalidade. Muito ao contrário, os Procuradores apenas estavam buscando averiguar possíveis irregularidades, graves irregularidades.

    Penso que os Jornais deveriam estar preocupados em apurar o que os Procuradores buscavam esclarecer e não criar a sensação de que eles estariam a transgredir.

    Já que, apesar das prisões dos hackers, as conversas interceptadas seguirão sendo publicadas, penso que o mérito dessas conversas deveria ser analisado com mais cautela. Queriam o quê? Que os Procuradores ignorassem potenciais ilicitudes perpetradas por um alto magistrado?”

    Sim, Janaina, eles queriam – e continuam querendo – exatamente isso.

    Takamoto
    Takamoto
    Fotojornalista, artista marcial, ex-militar, perito criminal.

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