Mulher ateia fogo a morador de rua

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De acordo com a polícia, ela é suspeita de ter cometido o crime após uma discussão com a vítima na madrugada desta quarta-feira

Agentes da 14ª Delegacia de Polícia (Gama) prenderam uma mulher suspeita de atear fogo a um morador de rua que dormia sob uma marquise na Quadra 5 do Setor Central do Gama. O homem precisou ser socorrido e teve 36% do corpo queimado.

De acordo com os investigadores, a vítima e a suspeita teriam discutido momentos antes do crime. A mulher, então, jogou álcool e ateou fogo no morador de rua. Kelly Naiara do Nascimento, que também é moradora de rua, confessou o crime. Uma câmera de segurança registrou o momento em que o homem é queimado.

Veja:

 

O caso ocorreu na madrugada desta quarta-feira (17/04/19). A vítima sofreu queimaduras de segundo e terceiro graus. De acordo com a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), o caso é tratado como tentativa de homicídio.

Aos policiais, testemunhas disseram que Valdiran da Silva Mota dormia ao lado de outros moradores de rua quando um carro preto com dois homens dentro parou ao seu lado. Os suspeitos teriam descido do veículo, jogado álcool no corpo da vítima e ateado fogo, de acordo com os depoimentos. A versão, no entanto, foi desmentida pela PCDF.

Os demais moradores de rua, então, apagaram as chamas e acionaram o Corpo de Bombeiros para o socorro. As áreas mais atingidas foram a face, os membros superiores e o tronco da vítima.

Valdiran foi encaminhado ao Hospital Regional do Gama (HRG) e, depois, ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran) – unidade pública referência no Distrito Federal em tratamento de queimaduras. O quadro dele é considerado estável.

Galdino
Na madrugada do dia 20 de abril de 1997, um caso semelhante no DF chocou o país e o mundo. O índio pataxó Galdino Jesus dos Santos morreu após ser incendiado na rua. Cinco jovens de classe média atearam fogo no cacique do povo pataxó-hã-hã-hãe, que dormia no banco da parada de ônibus da 703/704 Sul.

Galdino teve 95% do corpo queimado e morreu no dia seguinte ao ataque. Cacique de um povo que hoje conta com pouco mais de 2 mil representantes, ele saiu da Bahia na véspera do Dia do Índio de 1997 para participar, na capital do país, de manifestações e negociações com a Fundação Nacional do Índio (Funai).

Era porta-voz da luta pela demarcação das terras pataxós. Uma guerra que, em 1986, já tinha matado um de seus 11 irmãos e a qual, apenas em 2016, provocou 1.295 conflitos e 61 assassinatos de indígenas pelo Brasil, segundo dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi).